Morrem mais mulheres pelo coração que por câncer
A primeira causa de morte na mulher, não é o câncer de mama. A partir dos 50 anos de idade, morrem mais mulheres por doenças do coração que todos os cancros combinados. Enquanto que uma em cada 8 desenvolverá câncer em algum momento de sua vida, ao menos uma a cada 3 morrerá de infarto ou de um evento vascular cerebral, disse o Dr. Alexandre Alcocer de Chauvet, especialista em cardiologia.
O Dr. Alcocer comentou que a maioria das pessoas pensa que a doença cardíaca (ou doença cardíaca isquêmica) afeta mais a população masculina que feminina, quando, na verdade, não discrimina os sexos:
“Ocorre que os homens apresentam a partir dos 35 ou 40 anos, enquanto que nas mulheres os sintomas aparecem mais de uma década depois. Isto se deve a que elas se tornam mais susceptíveis após a menopausa”.
Expôs que, a partir da menopausa, elas correm maior risco de sofrer de doenças do coração, devido a que com a redução hormonal perdem a proteção cardiovascular que ofereciam os estrogênios:
“Estas substâncias têm ações diretas nos vasos sanguíneos, abrindo-os e mantendo um liso seu interior, além de que atuam como antioxidantes, neutralizando as gorduras ruins, prevenindo, assim, a presença de um infarto do miocárdio ou de embolia cerebral”.
Infelizmente, essas doenças são assintomáticas, em estágios iniciais, de modo que muitas mulheres recorrem aos serviços médicos em forma tardia, ou, morrem sem receber assistência hospitalar.
De fato, “descobrimos que até 80% das mulheres pós-menopáusicas possuem um ou mais fatores de risco no momento do diagnóstico, como a obesidade, hipertensão, Diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo ou outros”, acrescentou o também Secretário da Associação Nacional de Cardiologistas do ISSSTE.
Disse que a doença cardíaca é mais agressivo nas mulheres do que nos homens, pois têm 50% mais chances de morrer no primeiro ano após um enfarte e, quase duas vezes mais de sofrer um segundo em seis anos.
Explicou que o ataque é produto de um processo chamado aterosclerose, que se caracteriza pela obstrução das artérias devido a formação de placas de gordura e colesterol.
Uma artéria pode estar parcialmente obstruída e não causar sintomas até que a placa se rompe precipitando a formação de um coágulo e, com isso, um ataque ao impedir a chegada de sangue para o coração no caso das artérias coronárias ou para o cérebro, no caso das artérias carótidas.
Prevenir doenças do coração
Para a prevenção da morbi-mortalidade por doenças cardíacas, o Dr. Alcocer disse que a Associação Americana do Coração também exorta as mulheres a realizar a partir de idades e mudanças simples no seu estilo de vida:
- Reduzir o consumo de gorduras e hidratos de carbono, aumentar a fibra, legumes e frutas.
- Fazer atividade física regular, pelo menos 30 minutos por dia.
- Evitar fumar e beber álcool em excesso.
- Monitorar sua pressão arterial, níveis de colesterol, controlar o peso e os níveis de glicose no sangue, especialmente se vivem com diabetes ou são coexistir.
- Fazer ioga ou alguma atividade de lazer para reduzir o stress. Ir ao médico para exames periódicos, realizando pelo menos uma vez por ano estudos
A este respeito, a Associação Americana do Coração, tem recomendado que tomar um comprimido diário de ácido acetilsalicílico (aas) de baixa dosagem (Aspirina Protect 100mg) pode ajudar a prevenir ataques cardíacos em mulheres na pós-menopausa e até evitar complicações futuras se já apresentam doença cardíaca coronariana.
Não obstante, o Dr. Alexandre Alcocer recomendou que a sua administração não deve ser indiscriminada, já que apenas aquelas com doenças cardiovasculares, com um ou mais fatores de risco e as pessoas com mais de 60 anos de idade podem se beneficiar da terapia com este fármaco, daí que a prescrição deve ser estabelecida pelo médico assistente.
“A ausência de prevenção, a ignorância e a falta de uma atenção integral continuam a ser motivos de morte. Daí que, se uma mulher se informa sobre os fatores de risco, modifica seu estilo de vida e siga as recomendações do seu médico, pode reduzir importante o risco de desenvolver uma doença cardiovascular”, concluiu o Dr. Alcocer.