Suar, tremer, roer unha, gaguejar… são só alguns, dos muitos, sintomas dela, que é considerada por muitos como o mal do século, a Ansiedade. Sem dúvida, só quem sofre com esse problema é capaz de definir o que é sofrer de ansiedade.
Embora muitos confundam, ansiedade não é a mesma coisa que depressão, porém, pode sim, ser um de seus sintomas.
Afinal o que é ansiedade?
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) 23,9% dos brasileiros sofrem algum transtorno de ansiedade, pois é, e o país tem a maior taxa de ansiedade no mundo, sendo o quinto em casos de depressão.
Muito falada ultimamente, a ansiedade, na verdade, é uma reação normal e inerente ao ser humano. Ou seja, diante de situações de estresse, como durante uma prova, a espera de um diagnóstico importante, enfim, aquelas situações que tragam algum tipo de nervosismo.
Pois bem, nessas horas, a ansiedade é normal e acaba servindo como uma espécie de alerta, nos preparando para um novo desafio.
Por outro lado, quando a ansiedade passa a fazer parte de nossa rotina, então, essa sensação deixa de ser uma emoção e passa a ser um transtorno chamado de transtorno de ansiedade generalizada, sendo, nesse caso, necessário procurar um tratamento.
E atenção, se você se preocupa excessivamente, tem dificuldades para dormir, sente pânico ou medo, frequentemente, então, é hora de levar essa ansiedade mais a sério e procurar investigar o problema.
Na verdade, para entender melhor, é preciso saber que o distúrbio de ansiedade é um conjunto de problemas, desde ansiedade generalizada, fobias sociais e distúrbio obsessivo compulsivo.
Então, esses distúrbios precisam ser tratados porque eles significam desordens do sistema nervoso simpático, que libera, na circulação, quantidades excessivas dos hormônios envolvidos na reação de estresse.
Quais os Sintomas?
Ok, de vez em quando é completamente normal ter algum tipo de Ansiedade, afinal, quem nunca ficou apreensivo para saber o resultado de uma prova, ou um teste de gravidez…
Porém, muitas vezes esses sintomas acabam tomando conta da vida de uma pessoa que, de tão acostumada a eles, nem percebe sua gravidade, que se transformou em um transtorno.
Bem, para termos uma ideia melhor dos muitos tipos de ansiedade, confira abaixo os mais comuns:
Tipos de ansiedade
Seguem abaixo os tipos de ansiedade que mais afetam a população mundial hoje em dia. Ressaltando, porém, que raramente alguém vai sofrer de apenas um, pois muitos sintomas vêm acompanhados de outros confira:
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Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)
O transtorno de ansiedade generalizada (conhecido pela sigla TAG) acontece quando a ansiedade dura muito tempo, passando a interferir nas atividades do dia a dia. O principal sintoma do quadro é a “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”.
Síndrome do pânico
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.
Pessoas que sofrem desse tipo de ansiedade apresentam crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado. Além disso, essas crises são seguidas de preocupação persistente com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter um ataque no coração.
Pessoas com esse tipo de ansiedade costumam abandonar empregos e a vida social como um todo, em função do medo, por isso, é fundamental identificar os sintomas e procurar um profissional o mais rapidamente possível.
Ansiedade social
Essa ansiedade se caracteriza pelo extremo desconforto e pavor com situações sociais como ambientes novos, desconhecidos e cheios de pessoas estranhas; encontros sociais; falar em público; e outras situações do tipo.
Geralmente, essas pessoas se mostram apavoradas com a simples ideia de ir a uma festa ou a qualquer outro evento social, pessoas que, de tanto medo que sentem, muitas vezes chegam ao ponto de evitar todo e qualquer tipo de contato social.
Fobias específicas
A fobia é um medo persistente e irracional de um determinado objeto, animal, atividade ou situação que represente pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo assim, provoca ansiedade extrema.
A fobia não segue uma lógica propriamente dita, e a ansiedade nesses casos é incoerente com o perigo real que aquilo representa.
Existem diversos tipos, como:
- Claustrofobia medo de lugares fechados
- Aracnofobia – medo de aranhas
- Agorafobia – medo de ficar sozinho em lugares amplos ou públicos
- Acrofobia – medo de altura
- Aicmofobia – medo de agulhas
- Catsaridafobia – medo de barata
- Coulrofobia – medo de palhaços.
Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)
Muito falado ultimamente, o transtorno obsessivo compulsivo, conhecido popularmente pela sigla TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade. Sua principal característica é a presença de crises recorrentes de pensamentos obsessivos, intrusivos e em alguns casos comportamentos compulsivos e repetitivos.
Essas pessoas só conseguem controlar esses pensamentos e aliviar a ansiedade por meio de rituais repetitivos, que podem muitas vezes ocupar o dia inteiro e trazer consequências negativas na vida social, profissional e pessoal.
Transtorno de estresse pós-traumático
O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Esse tipo de ansiedade acontece depois da pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros.
Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.
Causas da ansiedade
Ainda é um mistério o porquê que algumas pessoas são mais propensas à ansiedade do que outras, alguns dos possíveis fatores são:
- Genética, ou seja, histórico familiar de transtornos de ansiedade
- Modelo de pensamento, ou seja, a forma como a pessoa estrutura seus pensamentos ou linhas de raciocínio e, consequentemente, encara as situações do dia a dia
- Doenças físicas.
Porém, algumas doenças físicas também podem causar ansiedade, tais como:
- Problemas cardiovasculares, como as arritmias cardíacas
- Doenças hormonais, como hipertireoidismo ou o hiperadrenocorticismo (aumento de atividade da glândula adrenal)
- Problemas respiratórios, como o DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
- Dores crônicas
- Abuso de drogas, álcool ou medicações como os benzodiazepínicos.
Fatores de risco
Dentre os muitos fatores de risco, os mais comuns são :
- Eventos traumáticos na infância ou mesmo vida adulta
- Estresse relacionado a doenças físicas sérias
- Acúmulo de estresse
- Personalidade naturalmente ansiosa, como os perfeccionistas e os controladores
- Abuso de substâncias, como álcool, cigarro e drogas ilícitas.
Sintomas de Ansiedade
A ansiedade pode causar sintomas, tanto mentais quanto físicos, que podem até atrapalhar o dia a dia de quem sente. Veja quais são os principais:
Sintomas psicológicos da ansiedade
- Constante tensão ou nervosismo
- Sensação de que algo ruim vai acontecer
- Problemas de concentração
- Medo constante
- Descontrole sobre os pensamentos, principalmente dificuldade em esquecer o objeto de tensão
- Preocupação exagerada em comparação com a realidade
- Problemas para dormir
- Irritabilidade
- Agitação dos braços e pernas.
Sintomas físicos da ansiedade
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- Aperto no peito e aumento das batidas do coração
- Respiração ofegante ou falta de ar
- Sudorese
- Tremores nas mãos
- Sensação de fraqueza ou cansaço
- Boca seca
- Mãos e pés frios ou suados
- Náusea
- Tensão muscular
- Dor de barriga ou diarreia.
Tratamento para ansiedade
É fundamental procurar ajuda médica caso a ansiedade produza algum tipo de desconforto ou sofrimento, prejudicando a qualidade de vida.
Tratamento e suporte médicos são imprescindíveis para que a ansiedade não evolua. Procurar ajuda médica antes da ansiedade se tornar um problema ainda maior é crucial para evitar complicações.
Quanto à escolha do profissional, este pode ser um psicólogo ou um psiquiatra. Vale dizer que se forem fatores do desenvolvimento da personalidade, traumas, crises a conduta mais adequada é procurar uma psicoterapia. Já se os fatores causais tiverem origem biológica, a chamada “ansiedade biológica”, a escolha deverá ser por um psiquiatra.
Exercícios para controlar a ansiedade
Na hora de relaxar, sem dúvida, vale apelar para alguns exercícios, confira os mais indicados:
Yoga: A prática regular de yoga pode ajudar a acalmar e relaxar no dia a dia, e também pode lhe dar a força necessária para enfrentar os acontecimentos como vierem, sem ficar inquieto.
Correr: Outro exercício ótimo para controlar a ansiedade no rol dos mais fáceis de praticar é a corrida. Este esporte fomenta a liberação de serotonina. Isso é bom porque a serotonina ajuda a melhorar o humor e a saúde mental. Se você adicionar este esporte a sua vida, descobrirá que também melhora a qualidade do sono e aumenta as horas de descanso.
Dançar: A dança ajuda seu corpo a liberar endorfinas, que ajudam a controlar a ansiedade e o estresse ao mesmo tempo em que melhora sua saúde cardiovascular.
Alimentos que reduzem a ansiedade
Alguns alimentos podem ser ótimos aliados no combate à ansiedade, portanto, não devem faltar na lista de mercado, são eles:
Chocolate: é rico em flavonoides, um tipo de antioxidante que favorece a produção de serotonina.
Leite, ovos e derivados magros: ótimas fontes de um tipo do aminoácido triptofano, que alivia os sintomas de ansiedade.
Espinafre: contém folato (ácido fólico), que é uma potente vitamina antidepressiva natural, pois quando está em baixas concentrações no organismo também diminui os níveis cerebrais de serotonina.
Frutas cítricas: a vitamina C, presente nas frutas cítricas, diminui a secreção de cortisol, hormônio liberado pela glândula em resposta ao estresse.
Carboidratos: o nutriente eleva o nível de açúcar no sangue, dando energia, bem-estar e disposição.
Banana: tem alto teor de triptofano, ajudando na produção de serotonina.
Carnes e peixes: fonte natural de triptofano, aminoácido que em conjunto com a vitamina B3 e o magnésio produzem serotonina. Também, contêm outro aminoácido chamado taurina, que disponibiliza um neurotransmissor chamado GABA, que o organismo usa para controlar fisiologicamente a ansiedade.
Aplicativos para ajudar na ansiedade
Até a tecnologia pode ser usada no combate à ansiedade, já que hoje existem diversos aplicativos que ajudam a controlar a ansiedade. Confira alguns populares:
Worry Watch – Anxiety Journal: o app (em inglês) permite o acompanhamento das irritações diárias para análise dos padrões de ansiedade. Sua nota na Apple Store é de 5 estrelas e o valor para baixá-lo é de US$ 1,99.
Lojong: Meditação e Minfulness: o app é dedicado à meditação, com meditações guiadas, vídeos animados, timer e conteúdos. Sua avaliação é de 4,9 estrelas na Google Play.
Querida ansiedade: avaliado com 4,8 estrelas na Google Play, esse aplicativo foi criado pela psicóloga Camila Wolf, e se propõe a ensinar o usuário como a ansiedade age, a observar como sua própria ansiedade se manifesta e o afeta para, assim, reduzi-la. (link)
Ansiedade – Controle de Humor e Chat: o aplicativo traz uma série de notícias sobre a ansiedade, tem um diário de registro de humor e coloca o usuário em contato com outras pessoas que usam o aplicativo para se ajudarem. Com avaliação de 4,7 estrelas na Google Play.
Self-Help for Anxiety Management: o app (em inglês) permite o usuário registrar o que o deixa ansioso, como sua ansiedade está naquele momento, entre outras ferramentas. Sua nota na Google Play é de 4 estrelas.