A menopausa é um período de transição na vida das mulheres que pode trazer algumas mudanças no corpo. Uma delas é o ganho indireto de peso, que ocorre porque, durante essa fase, o corpo é afetado pela distribuição de gordura e a diminuição da produção de hormônios, incluindo o estrogênio.
Além disso, muitas mulheres na menopausa podem enfrentar mudanças no estilo de vida, como a redução da atividade física e o aumento do estresse, o que pode contribuir para o ganho de peso. É importante ressaltar que engordar não é inevitável durante a menopausa e que é possível adotar medidas para prevenir essa condição.
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Uma dieta equilibrada e a prática regular de exercícios físicos podem ajudar a controlar a massa corpórea durante esse período. Algumas mulheres também podem se beneficiar de suplementos alimentares, como o morosil, um extrato seco obtido a partir do suco das laranjas vermelhas Moro.
O morosil é rico em antocianinas, compostos bioativos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Estudos indicam que a substância pode ajudar a reduzir o acúmulo de gordura abdominal e a melhorar a sensibilidade à insulina, o que pode ser útil para controlar o peso durante a menopausa.
É importante ressaltar que o uso de suplementos alimentares deve ser orientado por um profissional de saúde, que irá avaliar as necessidades individuais e indicar a melhor forma de utilização. Além disso, de maneira geral, é fundamental que as mulheres consultem um médico para receber orientações adequadas e seguras durante essa fase da vida.
Papel da menopausa no ganho de peso é indireto
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), de modo geral, o peso médio das mulheres tende a aumentar cerca de três quilos entre os 20 e os 30 anos, diminuir um pouco nos 40 anos e depois subir novamente em torno de dois quilos aos 50 anos. Esse peso permanece estável até cair novamente após os 70 anos.
Segundo a diretora médica da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, Stephanie S. Faubion, em entrevista à imprensa, não há ganho de peso associado diretamente à menopausa, mas sim ao envelhecimento. Ela afirma que o pequeno aumento de peso na casa dos 50 anos – que é estimado em cerca de 680 gramas por ano – não é causado pelas mudanças específicas da menopausa, mas sim por uma alteração na composição corporal e na localização da gordura no corpo.
De acordo com um estudo publicado na revista “Science”, um equívoco comum em relação às mulheres na menopausa é sobre o seu metabolismo. A pesquisa revelou que a taxa metabólica do corpo permanece relativamente estável dos 20 aos 60 anos e só começa a diminuir cerca de 1% ao ano depois disso. Como explicou Herman Pontzer, coautor do estudo, existem diversas mudanças fisiológicas que ocorrem com o crescimento e o envelhecimento, mas que “estágios metabólicos da vida” não correspondem a esses marcos típicos, como a menopausa.
Em entrevista à imprensa, a professora associada de nutrição e fisiologia do exercício da Universidade de Missouri (EUA), Victoria Vieira-Potter, esclarece que, durante a pré-menopausa e a menopausa, os níveis de estrogênio diminuem, o que faz com que o corpo da mulher mude, resultando em uma maior capacidade de armazenar gordura, especialmente na região da barriga.
Junto a isso, a diretora médica da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, Stephanie S. Faubion, aponta que mesmo que o peso na balança não mude muito, a porcentagem de gordura corporal e onde ela é armazenada no corpo pode aumentar aos 50 anos, o que tende a causar implicações na saúde da mulher.
Como as alterações impactam a saúde
Embora a gordura nos quadris e nas coxas não esteja associada a doenças crônicas, a gordura visceral na barriga está diretamente ligada a patologias cardiovasculares, diabetes tipo 2 e demência, o que é particularmente preocupante para as mulheres na pós-menopausa. É por isso que as mulheres mais jovens tendem a ser “metabolicamente protegidas”, conforme Victoria Vieira-Potter.
É importante lembrar que, durante a menopausa, é comum que as mulheres passem mais tempo deitadas devido aos sintomas como ondas de calor e alterações de sono e humor. Para evitar o ganho de peso e o aumento do risco de doenças cardiovasculares e diabetes, é importante seguir três passos, conforme orienta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Eles incluem encontrar um treino que goste, ter um plano de alimentação saudável e conversar com o médico sobre terapia hormonal. Não há consenso em relação a um plano alimentar específico, mas as regras básicas de comer mais vegetais, frutas, proteínas magras, grãos integrais e menos alimentos processados se aplicam. Assim, alguns quilos extras não são motivo de pânico desde que a pessoa esteja vivendo um estilo de vida saudável e cuidando de si mesma.